Dra Luciana Calazans – Credito Leo Horta.
Pacientes com duas ou mais perdas gestacionais consecutivas devem acender o alerta e procurar ajuda médica
É comum que mulheres que tentam engravidar sofram um abortamento espontâneo. No entanto, quando ocorrem duas ou mais perdas antes das 20 semanas de gestação, é importante investigar a situação. Essa condição é conhecida como “abortamento ou perda gestacional de repetição”.
A Dra. Luciana Calazans, ginecologista e especialista em reprodução assistida, explica que as causas mais conhecidas para o abortamento de repetição incluem fatores genéticos, imunológicos, problemas no útero e desequilíbrios hormonais, além de fatores como obesidade e tabagismo. “É importante esclarecer que o abortamento recorrente pode ser causado por fatores femininos e masculinos. A identificação da causa só é possível após uma investigação completa, que inclui avaliação clínica e exames laboratoriais e de imagem”, esclarece a Dra. Luciana. Infelizmente, muitas vezes não conseguimos identificar a causa das perdas, que podem ter ocorrido por acaso ou sido causadas por situações ainda desconhecidas pela ciência.
Para investigar as causas genéticas, é preciso fazer um exame de sangue do casal, chamado cariótipo. Para os problemas imunológicos, são analisados anticorpos no sangue e verificada a presença de trombofilia, uma condição que aumenta o risco de formação de coágulos. Infecções, especialmente na parte interna do útero, também podem causar abortamentos. O diagnóstico é feito por meio de um exame chamado histeroscopia e por biópsia do material coletado. As causas uterinas referem-se à própria anatomia do órgão, como algumas malformações uterinas e doenças benignas como miomas e pólipos, dependendo do tamanho e localização. As causas hormonais estão relacionadas a alterações nos hormônios tireoidianos, prolactina, entre outros. Recentemente, tem-se associado as perdas gestacionais a níveis elevados de fragmentação no DNA dos espermatozoides do parceiro. Este diagnóstico pode ser feito por meio de exames específicos.
É possível engravidar após o diagnóstico de abortamento de repetição?
De acordo com a especialista da Huntington Pró-Criar, o primeiro passo é tentar identificar e tratar, se possível, a causa das perdas. Se as perdas continuarem após o tratamento ou se não for encontrada uma causa específica, a fertilização in vitro com biópsia dos embriões pode ser recomendada. Esse processo envolve estimular os ovários para produzir vários óvulos, que são coletados e fertilizados em laboratório. Após 5 dias, os embriões obtidos são analisados geneticamente para evitar a transferência de embriões com alterações cromossômicas.
“É importante destacar que a avaliação e a indicação do tratamento para abortamento de repetição são individuais. Deve-se procurar um médico especialista em medicina reprodutiva e avaliar o melhor caminho para ter uma gestação bem-sucedida. Além de orientações sobre hábitos de vida, é essencial também que essas mulheres recebam apoio emocional durante a tentativa de engravidar.”, finaliza a Dra. Luciana.
Sobre a Huntington Pró-Criar
A Huntington Pró-Criar atua há 25 anos como especialista em reprodução assistida em Belo Horizonte. A clínica, que desde 2018 passou a integrar o Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, tem como objetivo primordial aliar procedimentos técnicos a um atendimento de excelência, primando pelo acolhimento aos seus pacientes. Fundada em fevereiro de 1999 pelo Dr. João Pedro Junqueira Caetano, especialista em Reprodução Assistida pela AMB/FEBRASGO, a Huntington Pró-Criar é formada por uma equipe multidisciplinar de ginecologistas, urologistas, embriologistas, psicólogos e enfermeiras com larga experiência em todas as áreas da reprodução humana.
atualizado em 08/11/2024 - 14:21