Especialista explica os principais sinais e alerta sobre risco da automedicação

Com a chegada do inverno no Brasil, é comum aumentarem os relatos de dores pelo corpo. Afinal, com o tempo mais frio, os músculos e artérias tendem a se contrair com enorme facilidade, algo que dificulta a circulação do sangue e a flexibilidade, ocasionando a sensação de aumento das dores. Porém, para aliviar tais incômodos, o consumo de análgésicos e antiflamatórios também crescem. Este é um hábito que merece cuidados, pois, ao realizar a automedicação, o verdadeiro problema pode ser mascarado e os sintomas confundidos, dificultando, assim, um diagnóstico preciso.

Flávia Nascimento, médica da área de reumatologia e dor, revela que, durante épocas de frio mais intenso, é comum que as pessoas se exercitem menos e evitem sair de casa, principalmente agora com a pandemia da Covid-19. “Dessa forma, a falta de atividade física em casa, pode aumentar as dores musculares. O problema é que, para quem sofre com alguma doença reumatológica, as dores também crescem, devido a contração muscular pelo frio. Essas duas hipóteses podem acabar sendo confundidas, caso o paciente esteja no início dos sintomas e nunca tenha sido avaliado por um especialista no assunto”, conta.

Ou seja, para evitar a piora no quadro, é necessário sempre entender corretamente os sinais e tratar o problema da forma correta. “A principal dica é observar atentamente os sintomas. Se forem dores pontuais que aparecem após ficar muito tempo na mesma posição ou fazer exercícios pesados depois de um longo período sem praticar, podem ser apenas reações musculares. Mas se os sintomas forem contínuos, não melhorarem com alongamentos, persistirem mesmo após ingerir um análgésico, pode ser um indício que alguma doença reumatológica está em desenvolvimento”, alerta.

Segundo Flávia, a melhor opção para evitar preocupação exagerada, e o risco de medicamentos inadequados é entender realmente qual o problema é com a ajuda de um profissional. “Mesmo para dores musculares simples, é necessário saber qual medicamento é o mais indicado para o seu organismo, já que existe a possibilidade de alergia ou outra contra-indicação. Portanto, ao sentir dores, principalmente fortes, procure um médico para avaliação”, indica.

Fonte: Flávia Nascimento, médica da área de reumatologia e dor. Formada em Reumatologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e pós graduanda em dor pelo Einstein. Atua na área há 7 anos.


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