Prêmio nacional é concedido ao maior macromural do Brasil, realizado recentemente pelo Instituto CURA em Nova Lima

Minas Gerais premiada! O CURA Macro, maior macromural do Brasil e uma das mais relevantes ações de arte pública já realizadas pelo Instituto CURA, acaba de ser reconhecido nacionalmente. O projeto foi o vencedor da categoria Arquitetura e Cidades – Intervenções Urbanas no Design for a Better World Award 2025 (DFBW Award), premiação do Centro Brasil Design que celebra iniciativas de impacto positivo na sociedade, na cultura e no território.

A 5ª edição do prêmio, realizada no dia 27 de novembro, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, destacou 57 projetos entre 338 inscritos de 67 cidades brasileiras e de países como Argentina, Índia e Reino Unido. A curadoria do DFBW reconheceu propostas capazes de gerar transformação social com criatividade, inovação e responsabilidade — critérios nos quais o CURA Macro se insere ao unir arte contemporânea indígena, regeneração urbana e participação comunitária.

Entregue em outubro, o CURA Macro transformou a paisagem de Nova Lima (MG) ao integrar a pintura de mais de 10 mil metros quadrados em cerca de 100 casas dos bairros Vila São Luís, Monte Castelo, Vila Marise, Morro das Pedrinhas, Cascalho e Montividiu, criando uma gigantesca obra visível a longa distância. O macromural é assinado pelo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), coletivo indígena reconhecido internacionalmente por traduzir os cantos huni meka em pinturas marcadas por espiritualidade, memória e ancestralidade.

O prêmio reforça o caráter inovador do projeto, que vai além da intervenção visual. O CURA Macro é resultado de um processo de escuta e construção conjunta com moradores, envolvendo preparação estrutural das casas, cuidado com o território, formação profissional e impacto direto em mais de 500 pessoas entre residentes, pintores, produtores e parceiros locais. Cada imóvel foi tratado como uma obra individual, compondo um mosaico que só se revela por completo quando observado de longe.

“Para nós foi uma honra um projeto de Minas Gerais ser reconhecido nacionalmente por um prêmio como este, que é tão específico e focado no design enquanto um impacto social, que traz melhorias para a sociedade. Quem guiou a apresentação foi o Gustavo Greco, também mineiro, que comentou que os premiados não são os melhores do mundo, mas os melhores para o mundo. Então ficamos muito felizes”, comenta Priscila Amoni, uma das diretoras do Instituto CURA, ao lado de Janaina Macruz.

A materialização do prêmio foi o Troféu Curupira 2025, estatueta que ganhou nova interpretação nesta edição. A peça é confeccionada artesanalmente em vidro — material reciclável e de baixo impacto ambiental — moldado manualmente a 1500 °C, o que torna cada troféu único. Inspirado no Curupira, guardião das florestas no folclore indígena, o objeto simboliza o convite a olhar para o passado enquanto se constrói o futuro. A identidade visual do prêmio contou ainda com a colaboração de profissionais neurodivergentes e com deficiência intelectual do Estúdio Que, reforçando a conexão entre inclusão, diversidade e sustentabilidade que orienta toda a premiação.

Com o reconhecimento do DFBW Award 2025, o projeto passa a integrar uma lista de iniciativas brasileiras e internacionais que se destacam por propor soluções de impacto alinhadas à sustentabilidade, à inovação e à transformação de territórios — princípios que orientam o prêmio desde sua criação.

Instituto CURA

Criado em 2017, o CURA se tornou referência em arte pública na América Latina, e hoje atua como Instituto CURA. O projeto já realizou nove edições de festivais em Belo Horizonte e duas em Manaus, com um legado que soma na pintura em grande escala de 35 empenas de edifícios (14 no Mirante Sapucaí, 13 na Raul Soares, 4 no bairro Lagoinha e 4 em Manaus). Dessas, a representatividade é marcante: 16 empenas assinadas por mulheres; 8 empenas indígenas. Os números incluem, ainda, 12 murais, uma pintura de chão indígena, 6 instalações urbanas, uma fachada de lambe, 3 exposições individuais e uma residência artística.

Em uma curta trajetória, o CURA consolidou uma forma singular de produzir cidade: a partir do pertencimento, da convivência e da participação coletiva. Ao longo dos anos, transformou horizontes com murais monumentais e expandiu sua atuação para práticas que unem esporte, música, performance, cuidado e memória.

O projeto “Primeiro Macro-Mural de Nova Lima” foi contemplado via Plataforma Semente, uma iniciativa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

CURA Macro Nova Lima
Realização: Instituto CURA
Parceria: Patrimônio Cultural de Nova Lima e Prefeitura de Nova Lima
Apoio: Plataforma Semente | Ministério Público de Minas Gerais

Mais informações:
www.cura.art
Instagram: @cura.art
E-mail: cura@cura.art


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