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Fisioterapeuta da Estácio traz orientações para evitar danos

 

O excesso de peso das mochilas pode trazer sérias consequências à coluna de crianças e adolescentes, entre eles, processos degenerativos e lombalgia (dor lombar). A professora do curso de Fisioterapia da Estácio, Daniela dos Anjos, alerta para estudos que indicam que carregar um peso superior a 15% do peso corporal pode levar à compressão discal na região lombo-sacral (L5-S1).

 

O peso excedente sobrecarrega a coluna, resultando em dores nas costas, nos ombros e no pescoço. Gradualmente, a criança ou o adolescente pode sofrer desalinhamento postural, fadiga muscular e, a longo prazo, desvios da coluna, como escoliose (desvio lateral da coluna) e hipercifose (curvatura acentuada na parte superior das costas). Além disso, a mochila pesada compromete a respiração, causando aumento da frequência respiratória e maior gasto energético. É um quadro que favorece o desenvolvimento de dores musculares crônicas, impactando a qualidade de vida”, informa.

 

A recomendação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) é que a mochila tenha até 10% do peso corporal do aluno. “Uma criança de 30 kg, por exemplo, deve transportar o peso máximo de 03 kg. Outro aspecto importante é que a mochila deve ser carregada nos dois ombros, para evitar sobrecarga unilateral, posicionada próxima ao corpo e alinhada à parte superior do quadril – 05 cm acima do nível da cintura”, descreve Daniela dos Anjos.

Segundo a fisioterapeuta, os pais devem ficar atentos a queixas frequentes de dor nas costas, nos ombros ou no pescoço. “Observe se a criança ou o adolescente está com dificuldade para colocar ou tirar a mochila, se inclina o tronco para frente ou para os lados ao caminhar e se ficam marcas das alças nos ombros. Se perceberem esses sintomas, é necessário reduzir o peso e ajustar o uso da mochila”, orienta.

O modelo correto do acessório também reduzirá os riscos de dores e lesões, como ressalta a fisioterapeuta. “A mochila deve ter alças largas, acolchoadas e ajustáveis, que permitam distribuir melhor o peso. Versões com cinto na altura do abdômen ajudam a estabilizar o peso. Para crianças que precisam carregar muito material, as mochilas de rodinhas são uma boa opção, desde que sejam empurradas, e não puxadas de lado, pois esse ato pode gerar desalinhamento postural”, finaliza.


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